Relato de uma leitora:Meu filho de 2 anos, sofreu abusos na escola.

Minha intenção não é alarmar e amedrontar, mesmo porque sei que as mães deixam seus filhos aos cuidados deles, porque precisam. Mas um alerta, para as mães saberem observar os sinais, que o próprio filho dá.

Esse caso é de uma leitora, Jessica Marques, de São Paulo, mas infelizmente, poderia ser a de qualquer uma de nós, em qualquer parte do mundo,



"Meu filho foi pra creche com 5 meses, porque minha licença maternidade tinha acabado, e eu estava com câncer. Meu marido trabalhava durante a noite.

Era pública,tinha ótimas referências de pais cujo filhos eram de anos anteriores, e próximo a minha casa.

Conheci as instalações e as professoras,achei tudo muito organizado e limpo. A diretora muito atenciosa e responsável

Meu marido levava e buscava,a rotina era toda informada em uma agenda. Relatava-se tudo, desde quantidade de evacuações, até febre se houvesse
Esteve tudo bem primeiro e no segundo ano.

No terceiro ano, a direção escolar e as professoras, sofrerão alterações.

No final de fevereiro eu percebi ele muito quieto, queria dormir e por diversas vezes chorava no meio da noite desesperadamente.


Nessa época ele estava indo com transporte escolar, isso em 2014, porque eu estava operada.
Todas as manhãs ele chorava e não queria ir, já senti que algo errado estava acontecendo...

Fui a uma reunião e levei-o comigo, uma das professoras aproximou-se, e brincou com ele, no mesmo momento, ele agarrou-se a mim, e vomitou, fiquei muito preocupada

Nesse dia, ele queria ir ao banheiro fazer cocô, (em casa usávamos o penico) e estava com medo,  eu perguntei o porque, e ele disse que a tia da escola fez ele ir ao banheiro e usar o vaso e ele chorou. Ela bateu na perna dele com a mão e disse que ele era um burro. Colocou ele com a cabeça encostada na parede e deixou ele em pé por algum tempo. (Um menino de 2 anos)

Nessa ocasião já fui até a escola para saber o que tinha ocorrido, porque isso não me tinha sido relatado.

A diretora disse não saber, a professora não estava na escola e isso não foi resolvido.

Ele começou a ter febres altas e foi hospitalizado, não comia e mal ficava acordado.
O médico fez diversos exames e nada se constatou.
Algumas vezes apareceu com hematomas, e sempre se dava a mesma explicação, que tinha caído ou batido com um brinquedo, mas eu já estava incomodada.

Procurei a diretora por inúmeras vezes, quando me atendia nunca tinha resposta para o acontecido

Todos os dias eu perguntava para ele como tinha sido o dia, ele chorava e dizia que não queria contar.

Até que um dia, uma mãe de outra criança me procurou e disse que havia presenciado uma das professoras o agredindo com tapas e o colocava contra a parede xingando ele de palavrões. 

No mesmo momento fui a escola e chegando próximo ouvi o choro de algumas crianças e a professora gritava mandando eles calarem a boca se não ela ia bater.
Fiz a denuncia na diretoria de ensino e tirei ele da creche.

Eu tenho dificuldade pra falar sobre isso sem chorar

Na época não consegui fazer queixa crime, fiquei perdida e não queria mais nada da vida a não ser ficar com ele. Houve uma ação do município contra a escola e a professora. Não deu em nada porque não tínhamos imagens que comprovassem as agressão que por incrível que pareça não aconteciam somente com ele. Sim acredite é rotineiro!

Comecei então a investigar por conta própria, e alem de mim temos mais dois pais que me ajudam na luta pois presenciaram as agressões, inclusive a do meu filho.

Atualmente luto para que as creches tenham câmeras para nós pais podermos acompanhar.

Hoje meu filho tem medos, na escola pergunta o tempo todo se vai morrer, se meu marido e eu vamos abandona-lo, se ele tem culpa.

Desde o acontecido exigi da escola acompanhamento psicológico para ele, e eles negligenciaram. Eu paguei um acompanhamento, mas agora ele fará pela indicação da nova escola, o que me deixará munida de mais argumentos contra as acusada.

Meu único tesouro estava sofrendo nas mãos de quem deveria cuidar.

E espero poder ajudar outras mães a saberem observar seus filhos
Independente de onde ou por quem eles são cuidados."

Escrito por Jessica Marques, especialmente para o Mãe de Família.



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