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"A quem muito é dado, muito é exigido"


Volta e meia me pego olhando esta foto. Tenho 3 ou 4 de toda minha infância...
Lembro do exato momento em que colocaram aquele laço no meu cabelo. Lembro do meu silêncio, de haver luzes vindas de um guarda chuva preto, e que o fotografo mandou sentar de lado e virar a cabeça para frente.
Eu tinha o que? 4, 5 anos? ano 87, 88?
Tenho memórias tão nítidas da minha infância, e isso me faz pensar no tipo de lembranças que meu filhos hão de ter.
Que eu erro e vou errar muitas vezes é um fato consumado. Estou em paz com isso... Nem que eu quisesse ser "A Perfeitinha", não dá! Tenho defeitos amais, sou prática demais, sou uma camaleônica lutando para ser constante...mas me policio. Quero que meus filhos tenham a infância mais normal possível.
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Eu sei o contributo que dou na formação de carácter de cada um deles. Eu penso nisso o tempo todo!!!! "A quem muito é dado, muito é exigido".
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Parece memória de um filme que assisti. "A menina obedeceu, sentou de lado, inclinou a cabeça e deu esse fantástico sorriso forçado, porque alguém disse... 'Sorria para Foto'!  Voltou para casa e assistiu na TV com sua amada irmã, ao fim da tarde, o programa da Mara Maravilha."

Halloween em Portugal 2019 com crianças...





Um mês falando no tal dia de Halloween, que ia vestida de Arlequina, que queria uma maquiagem não sei das quantas... passar spray rosa na ponta do cabelo...
Quis por que quis um bastão de beisebol... o pai correu atrás e encontrou um de borracha para poder levar à escola(#hojeEsqueceuEmcasa 🤦🏼‍♀️🤦🏼‍♀️🤦🏼‍♀️🤦🏼‍♀️).
E essa manhã, como tinha de ser, foi aquele Deus nos acuda.
A roupa que pinica, faz comichão, coceira e sei lá mais o que. O cabelo que não é assim... Pediu um batom rosinha, passei e ela quase morreu sufocada porque DECIDIU que o batom era muito mau então surtou...
Enfim... um dia como outro qualquer...
O Pedrinho... um fofinho, como sempre, mas... tem que imitar a mana, ela se zanga, ele também bate o pé 🙄.
E para melhorar a coisa, cheguei na escolinha do Jorginho, é dia de sessão fotográfica dos bebés... e justo hoje o menino foi vestido de mendigo e não era fantasia de Halloween (#exagerda#dramática)...
E lá corre a mãe a casa para buscar uma roupinha mais "arrumadinha" para foto.
As fotos não são as melhores, mas se nota a alegria 😂😂😂

Memorias de infância


Fui comprar material que a professora de artes da escola da Juju pediu... Deparei-me com telas, pincéis, tintas. Pensei com nostalgia e carinho: "não demora muito tenho que apresentar tintas aos Jorginho que já tem quase 11 meses".
Oh que saudades de tintas em casa, tudo lindo, momentos cheio de risos... depois uns surtos de "Pelo amor de deus não põe a mão aí"...
Tintas no chão, portas, maçanetas e lavatórios. Por fim coloco, com um abraço só, os dois vestidos dentro da banheira, para ver se consigo conter a contaminação em massa dentro de casa.
E a linda arte que fizeram?? Oi??? aquilo colorido cheio de tinta que destruiu o sofá? Eu deixei na mesa uns momentos depois me enchi de coragem e guardei no alto do armário da cozinha para terminar de secar... (não pus no lixo 💪🏻).
Passado um mês ou 5, encontrei, morri de culpa e pendurei na parede. oi

Oh que lindo, que saudades de dias de pintura.
(justo hoje recebi notificação de memória)

Por Stephanie Matos, a mãe de família que ama demais, exagera na empolgação e depois não dá conta de tudo que planeja. 😍

O Silêncio que escolho.


Tenho aquela memória silenciosa da minha infância, do isolamento mental.

Tínhamos um baloiço em casa, ficava ali horas seguidas ao fim da tarde. Ainda consigo sentir a melancolia da penumbra, uma nostalgia constante de sei lá oque, que me dizia que já eram horas de vestir-se para ir à igreja. Todos os dias de segunda à segunda.
Lembro de vigiar as 3 Marias no céu, enquanto pensava se ainda estariam ali amanhã.

Silencio mental, eu via tudo, ouvia e falava pouco, minha cabeça escrevia uma história, tentando interpretar o que eu aprendia.
O nada me conforta, som de pouco ruido, constante e sem alterações.

Comecei a trabalhar ainda muito cedo, não me lembro de uma idade desde antes dos 6 anos em que não ajudasse meus pais na fábrica, depois na instituição. Aos 16, 17 anos trabalhava noite e dia como vendedora ambulante, me sustentava. Depois com a faculdade de medicina, o trabalho era mais intenso em dias pontuais, feriados , férias, fins de semana.

Cresci observando. Vendia aprendendo o comportamento e tons de voz. Sozinha no que fazia, o isolamento que tanto cultivei. Os momentos a sós alimentavam minha alma, enquanto a obrigação empurrava-me para o que tinha que ser feito.
No balanço da minha vida eu ia sentada, sozinha, vendo tudo de cima como quem assiste, mas ao mesmo tempo a inercia do ponto em movimento, com o girar da terra, das horas, dos meus dias, da existência, impulsionava o avante.

Auto em mim, mas sempre aqui, no mundo em que todos estão.
Stephanie Matos #autistaéamãe #autoemmim   #maedefamilia #TEA

Livres

Não haviam mesas, decorações, e a lembrancinha foi parte das brincadeiras do dia.
Sentados no chão, pratinhos e pipocas à mão, só se ouviam gargalhadas e "joga p'ra mim".
Havia vento, sol, "menino desce daí" e areia nos pés. O bebedouro era o brinquedo mais caro da festa.
Estão livres, era só o que me ocorria.
Não choravam pelo "eu quero", sem telefones nas mãos, eletrônicos ou jogos da moda. Eram pés no chão, subindo cordas, "Mãe da Juju, a bola foi para o terreno ao lado"... Tudo como deve de ser... criança criando com sua criatividade infantil.
Livres, era só oque me ocorria.
Quero mais bolo, "Tia, acabou a pipoca?"
"Tem mais cachorro quente?"
As velas que a mãe esqueceu, ninguém sequer notou. Adultos se preocupam com o que menos importa. A festa estava feita sem musica, princesas ou palhaços. Temos cordas para saltar, bolas de plástico, vamos jogar? Bolinhas de sabão?
Ao fim de 5 horas a correr, ouvi a primeira queixa da festa... "não quero ir mãe, quero ficar".
Feliz aniversario, espero que você tenha sempre a leveza e liberdade dos 7 anos, que é sem duvida o melhor da vida.

A Palavra quase esquecida.


Tinha eu 11 anos quando uma jovem, veio a nossa igreja.
Eu já tocava o violão, e na ante sala da igreja, à entrada junto à porta de saída, estava eu quase que secretamente a tocar acompanhando o grupo que estava lá a frente no palco do altar.
Entrou, disse que queria me ensinar uma musica que segundo ela eu ia gostar muito.
Foi a primeira e ultima vez que escutei alguém cantar esta canção... mas hoje, 25 anos depois, enquanto grata observava as pessoas que amo, cantarolava em minha mente, vezes sem conta, esta inesquecível letra.
"Uma palavra tão linda já
Quase esquecida me fez recordar
Contendo sete letrinhas e
Todas juntinhas se ler cativar
Cativar é amar
É também carregar
Um pouquinho da dor
Que alguém tem que levar
Cativou disse alguém
Laços fortes criou
Responsável tu és
Pelo que cativou
Num deserto tão só
Entre homens de bem
Vou tentar cativar
Viver perto de alguém"
E agradeço a Deus porque tenho cativado pessoas de bem, fazendo jus ao trecho final da canção.
E a tal Jovem, como um anjo que entra executa uma tarefa e vai, não chegou a entrar dentro da igreja, veio, ensinou e saiu.
Por Dra.Stephanie Matos

Mas que bebé mais feio!!!


Estava eu em minha vidinha observadora do ser humano, como sou #autista  desde que descobri que o mundo não começou no dia em que eu nasci, e que as pessoas não viam e pensavam o mesmo que eu (sim, acreditei nisto até os meus 7 ou 8 anos) comecei a observar muito mais as pessoas para tentar perceber como entendiam o mundo as relações, o que queriam, sentiam... 

Pois bem...nesta manhã estão deliciosos 15° aqui na praia no Estoril, Portugal.

Vejo muitas mães com seus carrinhos de bebé a fazer exercícios outras apenas passeiam.

Eis que uma destas, com roupas curtas de ginástica, demonstrando alguma boa forma física, corria enquanto empurrava o carrinho. Duas senhoras muito simpáticas cumprimentam-na.
"Olha, já por aqui? como estás bem..."
A mãe para sua corrida..
"Está acordada tua bebé? podemos ver?" Consente sorridente e orgulhosa a mãe.

"Que bebé mais gira, mesmo bonita!!! 😍" Sorridentes as tais duas senhoras, despedem-se e a mãe segue para uma via e as duas para outra.
Passam por mim, e oiço-as dizer "Mas que bebé mais feia!!!", "e fulana? está pior que estragada".

Cada dia tenho mais a certeza de que o nosso planeta é cheio de gente, mas escasso de humanos.

O Sucesso sou eu...

Hoje conheci vocês, mulheres, mães, lutadoras por natureza, guerreiras!!
Conheci senhoras como você e eu que se reinventam, não desistem fácil. Que passaram e passam por poucas e boas mas ainda que com cabeça baixa e lágrimas nos olhos, não param de tentar. Tentar construir uma família, tentar se enquadrar na sociedade que tanto nos exige, tentar sustentar os seus, tentar organizar o dinheiro, casa e seu próprio eu.
Hoje conheci humanas no sentido adjetivo da palavra... gente como a gente... e estar com elas fez-me sentir grande, não superior, mas cheia de coragem pela admiração do poder que temos.
Hoje conheci e reconheci a garra de muitas... Nem todas sentiam-se com sucesso, mas enxerguei a vitória na cara de cada uma. Vi que queriam ser, viver, crescer, não desistir de lutar, e ali, me apaixonei mais uma vez por nós.
A humanidade brilha e ilumina... amei absorver o olhar sobrevivente, próspera mesmo que sem riquezas, mas por não deixarem de ser ativamente boas.

O livro que julguei pela capa.


Foto: Pedro e a mãe com o livro.

Sou uma pessoa bastante lógica, pratica e racional. Até gosto de alguma fantasia, mas detesto histórias para "boi dormir" e que apenas acrescentam mentiras ao mundo já tão enganoso em que vivemos.

E sendo esta pessoa, comecei a ler o Livro "A fada partiu a Asa" aos meus filhos Joana com 4 anos e Pedro com ano e meio. Uma história que inclui fadas más e boas, um mundo de magia em que se ensina a deixar biscoitos e leite para agradar a fada.

Escandalizada me perguntava: Que mundo é esse que ensina magia e histórias fantasiosas com intuito de consolar? Porque tantas palavras sedutoras tentando convencer nossos filhos a acreditarem que são protegidos por fadas invisíveis que rondam nosso universo? Fiquei chocada!



Um livro grande, com imagens infantis, colorido, que fala de uma menina que ficou sem família e foi acolhida por outra. Porque não falam apenas sobre isso? Porque não ensinam apenas, às nossas crianças, sobre essa necessidade de cuidar dos outros, proteger e amparar quem mais precisa?

Me enchi de paciência e continuei a ler o livro. Algumas linhas não o fazia em voz alta,"não quero minha filha acreditando nessas coisas" -pensava eu.
E finalmente na última página, meus olhos se encheram de lagrimas... senti vergonha dos meus maus juízos. Vi o quão cheia de razão eu estava, uma razão que apenas me cegava.

A tal menina que tinha perdido seus pais, tinha sido tão bem recebida, amada, amparada, estava cheia de orgulho desta sua nova família. Sua irmãzinha orgulhosa da mãe que tão bem acolheu e cuida de todos em sua casa, diz: "Quando crescer, e tiver filhos, também quero ter asas".

Em linguagem romântica e cheia de ilusão infantil, falam sobre o direito de ter quem os proteja e, para Maria e Milu, quem usava essas asas e merecia todo leite, bolo e biscoitos  como forma de miminhos de gratidão, era com certeza a mãe.

E este foi o livro que julguei mal, antes de me encantar...

A venda deste livro é totalmente revertida para projetos sociais de apoio à crianças, idosos e quem mais precise. Pode adquirir aqui  Loja dos abraços

Quando a vida parece estar amarrada...


Viemos viver em Bucareste, num apartamento pequenino, com uma cozinha americana... aquelas que estão dentro da sala.
No inicio até achava bonitinho, acolhedor...até que comecei a não gostar. Com o não gostar, veio a falta de vontade de cuidar.
Nada parecia bom...  de repente, eu já nem tinha prazer em voltar para casa.

Estava a procura de outro apartamento há mais de 3meses, e toda vez que encontrávamos um, alguma situação estragava tudo. 
Sabe quando você sente que a coisa está amarrada e nada anda? Pois é... assim sentia. 

Já estava no incio da gravidez do Pedro, Joana com 2 anos, e não conseguíamos nos mudar.

Até que Deus falou comigo...
Ouvindo um vídeo no youtube sobre limpezas, uma senhora disse: "Quem não sabe apreciar a cozinha que tem, não vai saber cuidar nem de uma super cozinha de novela."
Daquele segundo em diante TUDO mudou.
Comecei a preparar a decoração de Natal... organizar minha mini cozinha e tudo o que estava fora do lugar. Percebi o quão ingrata eu estava sendo.
Fiz uma limpeza de alma. Meus olhos estavam maus, e tudo estava mau, não importava onde eu fosse.

No fim deste mesmo mês, quando já não andávamos a procura, ligaram-nos oferecendo o maior apartamento que vimos desde que chegamos á Bucareste. Com a cozinha que eu queria, e no mesmo preço do que estávamos a viver.
Deixamos o proprietário esperar nossa resposta. Já não ansiosos pela mudança.


Nos mudamos e fomos muito felizes lá... até eu querer um quintal. Mas dessa vez com mais calma, sem ansiedade. Sabendo que o que é nosso, vem no tempo certo. Quando somos gratos os suficiente para enxergar.

"Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Foste fiel no pouco, muito confiarei em tuas mãos para administrar. Entra e participa da alegria do teu senhor!’." Mateus 25:21

A baguncinha que pedi a Deus.



Antes de dormir, indo em direção a cama, sem querer chuto um carrinho.  As luzes já estavam apagadas,e eu nem vi o bendito.
Pensei meio zangada... mais um? Quem deixou este aqui?
Na mesma hora, me veio a mente um pedido que fiz à Deus, há exatos 10 anos.
Com 23anos, feliz no auge da minha mocidade, durante as férias de verão da minha faculdade de medicina. Estava na praia de Valdelagrana em Espanha, sentada sozinha na varanda do apartamento, 4°andar de frente ao mar, olhando o pôr do Sol. Cenário paradisíaco...e eu me senti só.
Parei o computador portátil, meu melhor amigo de estudos e conversas...e disse à Deus. "Pai, da-me uma família. Quero um marido amoroso e fiel, que não seja mesquinho, quero uma família grande, cheia de barulho no natal. Não quero nunca mais me sentir sozinha".

E ontem, olhando aquele carrinho no chão... me senti a mulher mais realizada do mundo.
Muito em mim mudou, física e psicologicamente.
Hoje, meu conceito de felicidade, inclui crianças fazendo barulho e brinquedos espalhados.
Obrigada meu Deus, pelos carrinhos no chão e a panelinha vermelha que está sempre no banho.

Obrigada por realizar os desejos que nem eu sabia que tinha no coração, e me fazer todos os dias querer ser a Mãe de Família.

Estórias sem livros. (Sim, com "E")



"Mamãe, olha ali um buraco grande no chão....conta de novo aquela história de quando a tia caiu?"
"Claro Juju....
Sua tia e eu temos quase a mesma idade, e quando pequenas, brincávamos juntas...como você e o Pedrinho.
Estávamos de férias na cidade da minha avó. Que é sua Bisavó.
A cidade ainda era pequena, e na rua não havia asfalto. Que é isto preto que cobre o chão aqui. Em Portugal chamamos alcatrão.
A rua era de terra, uma terra vermelha. Bonita, mas ficava difícil de andar quando chovia. Imagina a lama Joana?
Certa vez, estavam fazendo obras na rua, e nós andávamos de bicicleta. Eu com 7 e ela 8 anos.
Tinham feito um buraco enorme na rua, para passar cilindros com sistema de esgoto. Se lembra que o sistema de esgoto é o que leva, resíduos do nosso sanitário, para uma estação de tratamento  onde limpam a água de novo antes de Jogar no rio?"
"Eu sei mamãe, e a água da pia também"
"E sua tia ficava dando voltas de bicicleta a volta do buraco, que era fundo. Ela sempre foi aventureira, mas dessa vez, a avó tinha dito para ela não fazer. Ela desobedeceu.
Depois de algumas voltinhas, ela caiu de cara dentro da vala. Vala é outro jeito de chamar um buraco feito no chão Juju."
"Ela ficou bem mamãe? Doeu? "
"Deve ter doído muito.... ela caiu de cara numa manilha."
"Manilha?"
"Sim, é como se chama o cilindro grande de concreto que passa por baixo da terra. Se fosse de plastico podia se quebrar, né Joana?"
"A vovó correu e tirou ela lá de dentro. E trouxe um gelo enorme e colocou na face dela. Não sangrou, apenas um hematoma. Que é quando fica roxo no lugar de um doidoi."
"A vovó brigou com ela por que ela desobedeceu? "
"Não Juju, não precisou... tua tia aprendeu uma lição para nunca mais esquecer: nunca brinque perto de buracos!"

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