Acabaram-se os sonhos, mas ficaram os suspiros.

Quanto tempo eu demoro a perdoar?
Quanto demoro a esquecer?
O que me faz desistir?
O que me faz chorar?
Quando gosto de estar perto?
Quando enjoo de tentar cativar?
Que cheiro me inspira e me faz fantasiar?
Que musica me desconcentra e leva longe do que me angustia?
Que palavra me acalma?
Que imagem me constrange?
Porque eu estou assim?
Porque entendi tudo errado?
Porque eu mudo tão rápido?
Porque ninguém me vicia?
Em quem eu penso quando vejo uma cena de carinho?
O que me faz explodir de ira?
O que me acalma?
O que te faz suspirar quando já não há sonhos?
Quando tenho tantas questões de mim, eu fujo. Não gosto de me olhar.
Olhar para mim me faz sentir vazia, inventar problemas, procurar respostas para perguntas que não existem.
Gosto de interpretar. De cuidar de gente sem saber o porque dela precisar.
Gosto de cantar, quando todo mundo está irritado, e não, não é para zombar.
Gosto de abraços que tardaram a acontecer. Gosto de abraçar demorado... Gosto de sentir o ar sair aliviado de quem finalmente descansa em mim.
Gosto de silencio.
Gosto de estar empolgada.
Gosto de escutar gente mais velha. Não gosto de drama.
Gosto de saber como foi? Onde você errou? Como posso evitar?
Gosto de socorrer e ir embora.
De ajudar nos maus momentos. Não sou boa o suficiente para receber gratidão, eu desapareço tempo demais da vida das pessoas.
As pessoas desistem de mim, ainda bem por isso. Infelizmente nem todas. Algumas passam anos a minha espera e isso me angustia.
Tenho muitos fantasmas de almas que me amam... que se perguntam porque parti, porque nunca fico. Logo eu que odeio despedidas, que nunca digo adeus. Talvez isso as prenda...
Tenho tantos finais em aberto... não, eu nunca perco a conta.
Algumas questões mais difíceis que outras para resolver.
Desisto.
Li certa vez que Paulo fugiu para Tarso... parou de pregar o evangelho e se refugiou.
Isso me disse muito.
Eu falo pouco, escrevo muito, penso o tempo todo.
Tenho tantas questões. Tudo que observo me sobra, nada acaba ali.
Eu não esqueço. Não guardo mágoas.
Por mais que me peçam, eu não jogo fora meus óculos azuis. Não me importo que os feios fiquem mais bonitos. Isso não é falso para mim, é apenas o meu olhar.
Preciso de gostos fortes, momentos intensos, de ouvir tua voz...ela é docinha.
De banho quente, de sentir frio e me encher de edredons
De cheiro de café de manhã e de batata frita às 5h da tarde quando ainda não almocei. Eu sei que isso engorda. Me engorda os olhos, me enche de esperança o coração... quem dera o cheiro viesse lá de casa agora. Ainda tenho que preparar o jantar.
Gosto de pensar de madrugada, eu chamo isso de orar.
Tudo oque você faz, me parece tão importante. Eu te admiro.
Nunca deixei de perguntar por você.
"A boca fala do que o coração está cheio", não é uma profecia. É óbvio.
Pintar me acalma... constância me equilibra. Sempre na mesma direção, corrigindo imperfeições. Eu me afasto da porta.
Tudo ganha um novo olhar sob nova perspectiva. Nem sempre preciso me afastar para isso. Muitas vezes me acontece quando aproximo. Nem sempre isso é bom.
As vezes falo até enjoar da minha voz. As vezes enjoo de te ver, porque você parou de me olhar.
Quero que você vá embora, mas não quero que saia de perto de mim.
Não gosto de ser refém. Eu causo isso nas pessoas... elas tentam me prender. Acho que é minha aparente indiferença.
Eu não sou passional. As vezes ajo por impulso, até isso é pensado, me permito extravagâncias.
Quem nunca?
Nunca... eu penso nessa palavra e vejo um buraco preto desenhado num papel. As palavras para mim tem imagens. Até as mais abstratas. Até o "até".
Será que mais alguém tem os dias da semana em desenho na mente? Tenho que "googlear" isso.

Stephanie Matos
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