Não aguento mais, ele está insuportável!


"Birrento, chora para tudo, bagunça tudo, não dorme, responde mal, grita, agressivo, impossível,  reclama, não faz o que eu mando, me deixa maluca!

Sim, estou falando de você. Você é assim e não aguento mais! "

Como se sentiria se ouvisse essas coisas, várias vezes por dia. Se sua presença fosse quase um incômodo. Como você se comportaria?

Mesmo que nem sempre você use essas palavras, se demonstra com seus atos que está o tempo todo irritada com as atitudes deles, que nada o que fazem é bom,  o comportamento deles com certeza será o pior possível.

Se você chega no seu trabalho, ou perto dos seus amigos, e todos fazem aquela cara de medo, "saco cheio", de raiva ou tédio...

Então como quer que seus filhos tenham boas atitudes,se não se sentem minimamente admirados?

Eles se sentem bem, em paz felizes e confiantes? Ou inseguros, nervosos, se estressam por tudo e por nada,e já começam as conversas em tom de choro?

Faça uma lista das qualidades deles, agora comigo.

É bom? uma pessoa boa, caridosa, gentil, tímida e divertida.

Um explorador,aventureiro? Salta no sofá, esconde coisas em casa, tira coisas das gavetas para ver o que tem...

Cheio de energia e com vontade de viver? Te pede para brincar, é o primeiro a saltar da cama para começar o dia. Acorda feliz e pronto para as descobertas...

Cientista nato? Curioso, quer saber tudo, onde? como? Quando? Porque? Para quê?

Trate seu filho com mais admiração e orgulho. Seja sincera, fale coisas mais positivas sobre ele. Com certeza, isso vai transformar as atitudes menos boas em vontade e esforço para ser sempre admirável.

Mude seus olhos, se seus olhos forem bons, tudo será bom. Se forem maus, tudo vai te parecer ruim.

Qual filho eu amo mais?



Quando Pedrinho nasceu, tive muito medo de mudar minha atitude com a Joana. Durante 3 anos ela foi o centro das atenções, e de repente estava ali o Pedro.

Sim, porque a fase da gravidez para eles, não faz tanta diferença quanto imaginamos. Depois do bebê nascer, é que eles sentem na pele a diferença. Além do meu cansaço, ela percebeu a ausência de espaço no meu colo.

Foi aí que eu realmente parei para avaliar minha conduta e ver como eu devia agir. Nesse momento escrevi o "contrato de maternidade". Decidi que eu seria única para cada um, como indivíduos que eles são. Cada um deveria receber a mesma dose de mim. Quando estou com menos para dar, explico aos dois. Mesmo que por enquanto, apenas um entenda. Mas ela percebe que não estou favorecendo ninguém.


Um é tratado como "grande" e todas as vantagens que isso trás. O outro como "bebê" com todos os benefícios que tem direito.



O mais engraçado foi a reação do meu marido... Ele dizia " mas o bebê não faz nada" rsrss não sabe brincar...

Ele já se tinha habituado a uma criança interagindo. Reaprendeu que, ela para responder, teve que ser adequadamente estimulada. Com Pedro não podia ser diferente.

Mesmo que o bebê não se lembre, as memórias estão lá, e são responsáveis pelo que sente em relação a nós e ao mundo, hoje e amanhã. Os abandonos, os carinhos, os sorrisos e a paciência demonstrada. 





Criança não entende bem as indiretas (até hoje, eu não entendo) e principalmente, não interpreta os gestos como nós. Por isso, além de boa conduta e atenção, temos sempre que falar, com palavras adequadas à idade, do enorme prazer que temos em sua companhia e o quanto os amamos.

Eles precisam disso... confesso que as vezes, eu também.

Birra, birra birra... Socorro!!



Escrevi birra no google e comecei a ler as recomendações dos tantos psicólogos e escritores, sobre o tema. Cheguei a uma conclusão: eles não têm filhos!!
A verdade é que não importa o quantas crianças você orientou,ou mesmo ajudou a educar como profissional. Ter filhos é diferente!

Criança tem que ter birra, faz bem a saúde e os ajuda a entender muito sobre a vida. Constrói sistemas cognitivos de reação a ansiedade e como lidar com o egocentrismo e a frustração. É assim que eles descobrem que não são o centro do universo.

O básico em todas as idades é : NUNCA DÊ O QUE ELE QUER NA HORA DA BIRRA!! Não dê porque você não quer, e quando ele age assim ele não merece.
"Quando você se portar melhor, podemos voltar apensar no assunto. Enquanto estiver assim, não temos conversa".
Na hora, seja firme, calma, espere passar e continue o que tem a fazer. Se puder, volte para casa. Normalmente as piores birras acontecem quando eles estão cansados.

Não tenha vergonha, não dê o que ele quer só para se calar. Entenda... essa queda de braço não é sobre você. É sobre ele, seu filho, aprendendo a lidar com a vida.

Não deixe ninguém se meter, ninguém.
Não fale dele com outras pessoas.
Não fale mal dele, não diga que é bobagem e que vai passar. É uma fase importante e você deve concentrar-se no momento, mas sem surtar.
Respire fundo, encarne um personagem calmo e sereno.

Espere. Quando se acalmar, comece a falar. Antes disso não fale.


E quando os gritos passarem, diga. Depois conversaremos sobre isso o que você quer. Agora, nós vamos embora daqui. Você sabe que fez mal. Agora vamos embora.

Não converse com seu marido a frente do menino, sobre o assunto. Estabeleça confiança e cumplicidade. Mas sem segredos. Leia meu texto sobre Segredos.

Não finja que nada aconteceu. Deixe ele sentir que alguma coisa mudou e você está triste. Mas se mantenha equilibrada. Você é a adulta, e ele o imaturo.

Ele terá que fazer isso mais uma ou duas vezes. Mantenha essa postura e seja uma mãe carinhosa e participativa. Não bata, não é preciso, acredite!!! Nem castigo... ele vai entender que fez mal e não vai querer voltar a te deixar triste. Principalmente porque vai perceber, que não consegue o que quer com birras.

Você tem rabo preso?



Ha uns 2 meses meu marido me deu uma maravilhosa câmera fotográfica, daquelas mesmo boas semi profissionais, cheias de lentes e apetrechos...para melhorar meu trabalho aqui no blog. Amei, veio mesmo a tempo. Mas hoje, depois de gravar uns vídeos,deixei a bendita cair.
Me senti que nem criança. Cheia de medo da bronca que ele ia me dar.
"Maquina nova,você não tem cuidado" "olha o que você fez"
Quando era pequena, meu pai me chamava muito de desastrada. Como isso me diminuía. Que medo eu sempre tinha de errar e ser acusada novamente.
E de repente, hoje, com 33 anos, me vi com este mesmo sentimento. Medo.

Voltava para casa e só pensava...tenho que mandar consertar antes que ele descubra... preciso fazer alguma coisa rápido. 
Eu sei que a Joana conta tudo,e isso ia ser a noticia do dia..."mamãe quebrou a maquina nova". Ela não faz por mal, nós combinamos que nunca teríamos segredos em casa.

Meu marido pediu que, antes de eu voltar a casa, viesse ao trabalho dele entregar uns chinelos, para ele ir a academia. 
E lá fui eu, de encontro ao meu medo.

E assim que o encontrei,  " quebrei a câmera!".

O que ele poderia fazer que me deixasse pior do que eu já estava? Já triste por me sentir desajeitada, frustrada por não ter me antecipado à queda. Tudo o que ele dissesse eu já esperava.

ele disse: "que pena, mas acidentes acontecem. Temos que encontrar um lugar que conserte."


Que grande bobagem!!! A vida é um sopro, e dentro do nosso coração guardamos receios tão infantis.
Espero ensinar meus filhos a sempre encarar a vida de frente. Serem cuidadosos, mas que "acidentes acontecem". Ter a cabeça erguida, não esconder ou mentir. Sempre procurar a melhor forma de resolver, ou amenizar as dificuldades que encontrarmos pelo caminho. 
E o mais importante, você não é inútil desastrado ou incapaz.
Você consegue. E se não conseguir... bola para frente, porque a vida continua.



Adora se fazer de vítima!!!



Estávamos brincando,Joana e eu, de pular corda. Ela tem 4 anos e comecei a dificultar a brincadeira, aumentando a altura da corda. Sentiu-se incapaz e eu logo soube, vamos ter crise.

Jogou-se quase como quem desmaia, sob a corda e disse : "é muito difícil, não gosto!" E continuou no chão como se tivesse quebrado a perna. Claro que me acusando.
Faz parte do show, tem que ter uma ceninha...

No café da manha, ficou revoltada espancando o ovo frito, porque não conseguia espetar com o garfo.

Hora de tomar uma ATITUDE!

Passar a mão na cabecinha e dizer que ela é a vitima sofrida e coitadinha, seria trágico para seu desenvolvimento. Quem não conhece alguém que foi criado assim? Ou que na rua, faz isso e todos socorrem... Alias, mesmo quando é queda de verdade, eu não corro para mimar. Caiu, levanta.


Mas vou ao cerne da questão. Tratar a raiz do mal.
Em resumo, ela precisa de mais amor. Hora de dobrar minha dose de carinhos e atenção.
Não no momento da crise de vitimização. Mas antes de se repetir.
Nunca fui mãe de ficar batendo palminhas para todas as proezas, alias não faço a ninguém. Acho que um elogio específico, é mais eficaz.

"Muito bem, comeu tudo e já não vai ficar fraquinha hoje" ou "bora brincar mais na piscina, porque agora você já consegue nadar sem se afogar". 

Quero meus filhos prontos para o mundo la fora.

Amor é abraço, beijo e ouvir, de verdade, o que ela tem a dizer. Sentar junto e prestar atenção. Ter paciência mesmo quando eu estou cansada.
Amor é ser constante e presente. Alimentar, ensinar, e socorrer de forma consciente. Amar é não estragar minha filha com mimos fúteis e falsos apenas para acalma-la.

O melhor tratamento é a prevenção das crises que a fazem querer ser vitima e chamar a atenção. E a melhor medicina o amor.

Ao vivo, com as leitoras... familia perfeita não existe.

Familia perfeita, conhece alguma? Desconfie!


Esses dias soube pelas notícias online, da existência de uma senhora missionaria, que tinha um casamento "perfeito" e ensinava como viver uma vida feliz. E depois o marido "pastor" foi preso acusado de abusar do enteado dele com 5 anos de idade, filho da missionaria, por dois anos seguidos.

É possível ter uma vida feliz, mas tendo a perfeita consciencia que vai viver sempre em um mundo sujo, corrupto, com uma família cheia de erros e imperfeições. Uns dias mais outros menos difíceis. 

Podemos tudo naquele que nos fortalece (filipenses 4.13). Mas precisamos ser fortalecidos porque somos fracos. Precisamos poder, porque não podemos. E precisar ter é sinônimo de não sermos nada sozinhos.

Também significa, que a exemplo do apóstolo Paulo, que escreveu esta conhecida frase, podemos estar aprisionados com correntes, em meio a um lugar frio e sujo como a de uma prisão onde ele estava enquanto escreveu isso, e ainda assim sermos felizes.

Agradeça a Deus pela família cheia de defeitos visíveis que você tem. Aquilo que pode-se ver ou sentir, nos incomoda e impulsiona a querer tratar. Mas o que está em oculto, com aparencia de perfeição, pode sim estar escondendo um silencioso cancer.

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