Uma nora que se preze tem que...

Estávamos em Portugal, minha sogra ia matar uma galinha e convidou Joana para participar. Lembro-me de ficar chocada, -O que é isso? coitada da menina-.
Ela tinha 2 anos, ou seriam 3? já nem me lembro. Mas me senti ofendida. -Coitada da minha filha, nem me perguntaram e colocam-na nessa situação? Que afronta!-.

Minha filha sempre soube que a carne vem do bichinho que matam e nós compramos. Nunca inventei historinhas sobre a morte, ou qualquer tema por mais assustador que pareçam aos adultos, preferi desde pequena, ser prática e direta.
Mas neste dia... - Ela vai jogar água fervente, para depenar, à frente da minha bebê?- Pensava eu.



Joana linda, enquanto assitia o trabalho que a avó fazia, pousou para esta foto... e eu me constrangi com meu egoismo.

Estava óbvio que meu problema não era com a galinha, com um possível trauma de infância, ou pela imagem "cruel" da matança. Eu estava com ciúmes da MINHA posse.
"Eu cuido, eu crio, é minha, eu escolho o que ela vai ou não ver!"
Quanta pretensão, quanta ignorância. A tolice que nos cega e nos impede de aproveitar felizes momentos lindos como este. Joana feliz e inocente, aprendia sobre a vida, natureza, e absorvia os conhecimentos da vovó que, assim como eu, a quer tanto bem.
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