Violência doméstica... o que o pai do meu filho me faz!


Por muitos anos vivi com medo, sempre pensando que era a errada.
Com minha mãe, fui espancada calada, pensava "eu mereço"... nem sempre eu fazia o que era certo... Travessa, desobediente, irreverente. Se eu abrisse a boca para falar com uma professora sobre isso, ou mesmo uma amiga, era porque eu, uma menina de 7 anos, não era de Deus... família religiosa.
Quando pude, corri o máximo que pude desta mãe.

Ao correr encontrei alguém para formar uma família, que cuidaria de mim e me protegeria, até que...
Eu não podia ser eu. Proibida de rir, brincar, conversar, "isso é coisa de puta".
Tentei sair, fugir, nunca fui boa em me defender... Erro muito, não presto. Assim fui ensinada e convencida que eu sou a menina má!

Engravidei e fiquei presa nessa relação sem amor, carinho, educação, admiração, e o mais importante respeito.

Desde muito cedo aprendi que eu não sou gente...não mereço ser respeitada por ninguém. Ou porque sou criança, ou porque sou mulher, brasileira fora do país.
Ser simpática é coisa de puta.

Depois de anos tive coragem para pedir ajuda. Denunciei à policia, outro erro...
A ajuda, por parte das assistentes sociais e dos órgãos públicos, veio em forma de acusação, manipulação, coação e medo...

Fiquei presa dentro e fora de casa...
Agora além de ter que provar que eu não era puta, tinha que provar que eu tinha capacidade de ser mãe. Logo eu mãe apaixonada e entregue...que sempre priorizei meu maior tesouro, meu filho.

Já não tinha escolha, quiseram me  levar para uma centro de acolhimento, queriam me institucionalizar, me tratavam como burra. Eu era mais uma vez a coitada, a errada, a menina má! "ou você vem connosco agora, ou levaremos seu filho".

Minha vergonha era muita, mas eu ia ter que me expor, falar com minha família, e foi o que fiz.
Deus realizou o meu tão esperado sonho, minha irmã largou sua vida em outro país para
me salvar e dar para mim e meu filho uma família de verdade.

Hoje, 3 meses depois, ao invés de uma casa triste e sem vida, temos uma casa feliz e cheia de amigos. Não tenho palavras para agradecer!

Ainda tenho que lidar com perseguições... assistentes sociais que perderam uma "cliente", deixei de ser mais um número dentro das estatísticas de desgraçadas desamparadas... Nem todos gostaram disto. Na verdade, me proibiram de ir para casa da minha irmã... Disseram que eu ia me arrepender de ficar com ela.
Vocês a conhecem, é a Stephanie aqui do Mãe de Família.

O pai do meu filho, agora odeia minha irmã porque ela tirou-nos, meu filho e eu, do lixo em que estávamos vivendo.
Hoje, ela é ofendida e difamada diariamente por ele e talvez por mais gente.
Estamos bem, estamos felizes, nossa casa está sempre cheia de amigos com filhos e o cafezinho não falta.
Somos fieis ao que  de mais importante temos, nossa família.
Por Medyan Matos, mãe de família

Você é autista mesmo?


"Você é autista mesmo? Fala tão bem...sabe se expressar."
E respondi... "Falo tão bem, sei me expressar... e não me encontra em lado nenhum a falar (além de vídeos onde estou sozinha ou em família). Não me vê em eventos sociais, não me vê relacionando com outros bloggers"
"Verdade, você é estranha mesmo... porque é assim??"

Eu não converso... eu palestro!
 Quando tento conversar... #desastre na maioria das vezes parece um conflito ou grosseria. Juro que não estou sendo grossa... sou literal.. "obrigo" as pessoas a se explicarem... mas apenas porque não entendi mesmo. Parece sempre que estou fazendo uma ironia... não é! As vezes prefiro que pareça brincadeira, soa melhor do que ter que dizer.. "não, é sério...eu não entendi".
Sou muito inteligente e provavelmente mais do que a maioria das pessoas que conheço...e tenho uma memoria terrível. Não me esqueço de nada do que leio.

EU NÃO ASSISTO TV! Socorro!! como alguém aguenta ficar a mercê da sorte sem saber o que vai aparecer nas noticias??? Aquilo altera completamente meu humor!
Gosto de séries, filmes... sequências longas. Sempre sei o final dos filmes... Tão obvio e tedioso. Difícil ser eu. Eu sei...soa arrogante. Ouço isso desde que nasci... Corrijo meu pai desde que aprendi a falar... COISA DE AUTISTA MESMO! Sou a típica "sabe tudo". Chato de conviver com gente assim... era o que o Dr. Asperger chamava de "pequenos professores".
Minha empatia não é egoísta... sou pragmática. Não choro porque me coloco no seu lugar e penso "Ai se fosse comigo, tão triste se eu perdesse meu filho assim"
Não... eu não me ponho no seu lugar... Minha empatia é diferente. Eu tento resolver seus problemas! Eu sou pratica e quero na pratica tirar essa dor de você, ou carregar seu peso, e te ajudar a passar por isso. Não porque eu penso em mim, "se fosse comigo eu ia querer ajuda" Não!! Eu faço 100% por você.
Isso confunde e deixa as pessoas com "um pé atras". (Ai os sentidos figurados...)

Odeio desconfiança... quando desconfiam de mim eu não tento provar minha verdade... eu saio! Eu vou embora e deixo para lá.
Outro dia chamaram-me de "fraude"... Me magoei porque eu estava sem ganho nenhum apenas tentando socorrer alguém.  Depois, deixei a pessoa continuar com sua ideia. Ok, sou uma fraude para você, entendi.
Para mim isso é ponto final. NÃO LUTO PARA DEFENDER MINHA HONRA.
Ainda pequena aprendi que quem defende minha honra são meus frutos e não o balançar dos meus galhos.
Eu sei quem eu sou... isso me basta.
Eu sei que sou boa no que faço, porque o que faço é com prazer. SEMPRE FAÇO COM GOSTO!
Se não gostar eu não sou capaz... e aprendi isso rapidamente. Eu deixo... desisto.
Amo desistir! para mim desistir é tão libertador quanto conquistar. Quando eu escolho por mim e mantenho minha sanidade mental em detrimento de um tal objetivo que me está massacrando.
Sei quando você mente... leio tons de voz, memorizo  expressões faciais. Mas sei que mentir faz parte, que ocultar, dissimular a verdade, nem sempre é maldade. Tem muita coisa envolvida nisso.. as pessoas precisam desses momentos para se encontrarem... ou por auto-proteção. Respeito isso e não aponto, não julgo. Nem sempre eu quero contar tudo. A gente aprende muito com a vida.
Hoje deu-me para divagar e escrever a esmo. Ou não...🤔
Dra. Stephanie de Matos

🖖🏻🖖🏻🖖🏻🖖🏻🖖🏻🖖🏻🖖🏻🖖🏻 #mundoAzul #TEA #Asperger #EvoluçãoDaEspécie #estranha #Mãede2 #autism

Tadinha... é autista, não tem amigos...


Como autista, o que mais me incomodava na infância e adolescencia, era a tal obrigação de ter amigos.
Gosto e sempre gostei de estar no meu canto.
Não! Eu não estou carente, triste e isolada do mundo. Eu estou completa!
O que me deprimia era saber que estava sozinha e que isso é triste e que eu devia me sentir triste. Percebem a diferença???
Eu não sabia que era um momento que deveria ser tratado com medo e angustia. Mas ensinaram-me...

"Coitadinha, não tem amigos"

Hoje como mãe de 2 autistas, a primeira coisa que digo a todos que me procuram é: "Não ensine a ser feliz à sua maneira".
Apenas deixe cada um ser como é!
Você, desse seu jeito neurotípico, é assim tão mais feliz que eu??? Será?
Quando a criança demonstrar clara tristeza e frustração por não ter amigos, insegurança por pensar que ninguém vem à sua festinha de aniversàrio... faça-a lembrar das pessoas que a amam.
Com certeza, seu filho há de cativar pessoas que o vão amar para sempre, mesmo que ele mesmo não se esforce para isso. É o "mel" que temos. Somos leais e transparentes, as pessoas certas nos querem.

Quer saber mais sobre nós? Assista este vídeo...
Dra.Stephanie Matos, Mãe de Família.

Sua saudade não vai passar....



Lidiane... não posso tirar esta dor que você sente. Mas a vontade de te abraçar e acolher é grande.
Sua saudade com certeza não vai acabar, eu sei. Não vou mentir e dizer que vai passar.

Aqui em casa, falo sobre a morte com a Joana, ainda com 5 anos. É um assunto normal para nós.
É a maior certeza que temos... e não quero minha filha vivendo com medo do óbvio. Eu vou morrer... alguém vai morrer. Todos vamos.
E então, fiz questão de explicar a ela, como é morrer e o que acontece quando morremos.

"Um dia Juju, a gente dorme e acorda com todos os que amamos e que nos amam, juntos.
Lá, não ficamos doente, não há gritos ou zangas. A comida a gente tira dos galhos da arvore... o que se gosta e se quer, está la.
Ninguém vomita por comer demais, e não dói a barriguinha de fome.

Tudo o que se faz é gostoso e deixa nosso coração feliz e sem medo do que pode acontecer.
Ninguém nunca se machuca.
Podemos voar, cantamos afinados e sem medo de falar errado. Não se ofendem com o que dizemos. Todos nos amam, lembra?
Se a mamãe for antes da Juju, ou o Pedrinho for antes de nós... vamos ter saudades aqui. Saudades porque amamos e tudo, para quem fica, parece demorar demais.
Mas a verdade, é que quem foi antes, não sabe que foi antes.

Lá o tempo é diferente... a vida já passou e todos aqui já estão lá.
Eu sei que parece confuso... mas o tempo é relativo. Um dia você vai entender isso.

Sentir saudades é bom, mesmo quando dói muito. Mas nós vamos continuar caminhando aqui, até o dia de chegar lá, onde todos estaremos.

Juju, tenha uma vida, faça netos para a mamãe conhecer, e/ou amigos incríveis. Cuide de quem está mal aqui. Muita gente tem dor e sofre... estão sozinhos e a Juju vai poder abraçar e ser um pouquinho de céus para eles.

Não tenha medo, porque tudo é relativo. Lembre-se que isso passa e que eu já estarei a tua espera onde todos te amam.

Mas você precisa aqui fazer tudo isso... viver aqui, para depois chegar lá e viver para sempre.

Por favor Juju, guarde isto: nós sabemos esta verdade e temos o poder de ser um pedacinho do céu aqui. Quanto mais fazemos isso, mais perto ficamos de casa. Da nossa verdadeira casa."

A saudade é grande Lidiane, você sabe a dor que carrega. Mas lute para trazer um pedacinho do céu para sua vida. Seja Deus para outros... outras crianças, outros que sentem dor... e isso vai te deixar mais pertinho do teu Pedrinho. Respirando o mesmo amor que ele agora respira.
Sinta meu abraço... e um pouquinho do céu que agora te envio. Amém.

Acabaram-se os sonhos, mas ficaram os suspiros.

Quanto tempo eu demoro a perdoar?
Quanto demoro a esquecer?
O que me faz desistir?
O que me faz chorar?
Quando gosto de estar perto?
Quando enjoo de tentar cativar?
Que cheiro me inspira e me faz fantasiar?
Que musica me desconcentra e leva longe do que me angustia?
Que palavra me acalma?
Que imagem me constrange?
Porque eu estou assim?
Porque entendi tudo errado?
Porque eu mudo tão rápido?
Porque ninguém me vicia?
Em quem eu penso quando vejo uma cena de carinho?
O que me faz explodir de ira?
O que me acalma?
O que te faz suspirar quando já não há sonhos?
Quando tenho tantas questões de mim, eu fujo. Não gosto de me olhar.
Olhar para mim me faz sentir vazia, inventar problemas, procurar respostas para perguntas que não existem.
Gosto de interpretar. De cuidar de gente sem saber o porque dela precisar.
Gosto de cantar, quando todo mundo está irritado, e não, não é para zombar.
Gosto de abraços que tardaram a acontecer. Gosto de abraçar demorado... Gosto de sentir o ar sair aliviado de quem finalmente descansa em mim.
Gosto de silencio.
Gosto de estar empolgada.
Gosto de escutar gente mais velha. Não gosto de drama.
Gosto de saber como foi? Onde você errou? Como posso evitar?
Gosto de socorrer e ir embora.
De ajudar nos maus momentos. Não sou boa o suficiente para receber gratidão, eu desapareço tempo demais da vida das pessoas.
As pessoas desistem de mim, ainda bem por isso. Infelizmente nem todas. Algumas passam anos a minha espera e isso me angustia.
Tenho muitos fantasmas de almas que me amam... que se perguntam porque parti, porque nunca fico. Logo eu que odeio despedidas, que nunca digo adeus. Talvez isso as prenda...
Tenho tantos finais em aberto... não, eu nunca perco a conta.
Algumas questões mais difíceis que outras para resolver.
Desisto.
Li certa vez que Paulo fugiu para Tarso... parou de pregar o evangelho e se refugiou.
Isso me disse muito.
Eu falo pouco, escrevo muito, penso o tempo todo.
Tenho tantas questões. Tudo que observo me sobra, nada acaba ali.
Eu não esqueço. Não guardo mágoas.
Por mais que me peçam, eu não jogo fora meus óculos azuis. Não me importo que os feios fiquem mais bonitos. Isso não é falso para mim, é apenas o meu olhar.
Preciso de gostos fortes, momentos intensos, de ouvir tua voz...ela é docinha.
De banho quente, de sentir frio e me encher de edredons
De cheiro de café de manhã e de batata frita às 5h da tarde quando ainda não almocei. Eu sei que isso engorda. Me engorda os olhos, me enche de esperança o coração... quem dera o cheiro viesse lá de casa agora. Ainda tenho que preparar o jantar.
Gosto de pensar de madrugada, eu chamo isso de orar.
Tudo oque você faz, me parece tão importante. Eu te admiro.
Nunca deixei de perguntar por você.
"A boca fala do que o coração está cheio", não é uma profecia. É óbvio.
Pintar me acalma... constância me equilibra. Sempre na mesma direção, corrigindo imperfeições. Eu me afasto da porta.
Tudo ganha um novo olhar sob nova perspectiva. Nem sempre preciso me afastar para isso. Muitas vezes me acontece quando aproximo. Nem sempre isso é bom.
As vezes falo até enjoar da minha voz. As vezes enjoo de te ver, porque você parou de me olhar.
Quero que você vá embora, mas não quero que saia de perto de mim.
Não gosto de ser refém. Eu causo isso nas pessoas... elas tentam me prender. Acho que é minha aparente indiferença.
Eu não sou passional. As vezes ajo por impulso, até isso é pensado, me permito extravagâncias.
Quem nunca?
Nunca... eu penso nessa palavra e vejo um buraco preto desenhado num papel. As palavras para mim tem imagens. Até as mais abstratas. Até o "até".
Será que mais alguém tem os dias da semana em desenho na mente? Tenho que "googlear" isso.

Stephanie Matos

Eu sou Autista e preciso que você não exija de mim o que eu não posso te dar.



Vou explicar... Assim como Einstein, eu tenho algumas limitações: NÃO entendo indiretas. Você vai "passar raiva" se tentar me induzir a alguma coisa com uma indireta. EU NÃO TENHO COGNIÇÃO NEURONAL automático PARA ISSO! Não é má vontade, EU NÃO SOU CAPAZ DE ENTENDER. NÃO entendo nem um pouco o SARCASMO! vou te levar a sério até que você diga que não é sério! Então, uma ironia ou sarcasmo que eu entenda ou mesmo que eu faça, foi aprendida. Tem que ser daqueles sarcasmos comuns...que se repetem. Do tipo "não tenho tempo" e a pessoa faz um sinal de dinheiro com as mãos. Só entendo ou mesmo faço porque aprendi. Se um dia, fora de contexto você disser que não tem tempo para ir ao cinema, eu vou pensar que é tempo, de horas do dia. A não ser que eu veja o sinal com as mãos ou você seja MUITO enfático na entonação ou mesmo diga... Olha é um sarcasmo. Não me pergunte se você não quer a resposta. Se você me disser assim... olha, ando a fazer dieta ha muito tempo e preciso me sentir magra. Você acha que estou magra? eu vou dizer...sim, você está ótima. PORQUE APRENDI QUE É O QUE VOCÊ PRECISA NESSE MOMENTO. Mas se você apenas me pergunta, sem introdução ou explicações, "Stephanie, você acha que preciso perder uns 5kg?" eu vou dizer... a verdade. Porque? porque foi a pergunta e eu não pensei, apenas fui honesta. me pergunta "porque", e eu respondo o porque. Eu não sei lidar com medo... ou sou exageradamente corajosa e me abraço a um leão, ou tremo de medo porque um gato está me encarando. Vou ter medo de situações, de ser avaliada, de ser maltratada... e posso ficar muito perturbada com isso. EU JAMAIS VOU TE AGREDIR... as agressões autistas são motivadas por tentativa de autoagressão ou de defesa. NUNCA para maltratar outra pessoa. EU NÃO AGUENTO LUGARES CHEIOS, PASSO MAL. Não é mania, não é loucura, não é claustrofobia... é pq minha memória é horrível e eu guardo TUDO! E NESSES LUGARES COM MUITA INFORMAÇÃO SENSORIAL, eu vou ficar sufocada! A não ser que eu esteja focada em 1 objetivo único e pontual e recite uma especie de mantra seguro. Do tipo: "Oi, Meu nome é Stephanie, tudo bem?" EU PRECISO DE HORAS DE SILENCIO SEM ABRIR A BOCA...se não eu vomito! Passo mesmo mal. EU VOMITO EM VIAGENS, ATÉ DE AVIÃO. Não sou burra, não sou lenta, não entendi o que você falou, não por ignorância, mas porque o que você falou não é lógico. Eu não sofro por não ter milhões de amigos, não sofro por passar o dia sozinha, não sofro por não ter uma festa de aniversário. Não tenho uma carência nesse sentido. Eu me preocupo com você, mas minha empatia não vai me fazer me colocar no teu lugar. E vou tentar te socorrer... mas não vou pensar que tenho que te ajudar porque poderia ter sido eu a cair naquele buraco. Vou te ajudar, porque quero te tirar do buraco e ponto! Não sou melhor ou pior que ninguém por ser quem sou, apenas SOU. E agradeço a Deus por ser assim. Não, isso não é despeito... EU NÃO QUERO UMA CURA! Eu amo ser quem sou.... Você não? Dra. Stephanie Família

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