Direitos e deveres, as crianças também têm.


Não faço figuração! Tenho meu tom de voz mais áspero, minha filha sabe logo que está errada.
Digo várias vezes por dia :
"Para com isso!"
"Cuidado!"
"Desce daí A-G-O-R-A!"
"Nãããããããão!"
E a que mais detesto ter que dizer :"fala baixo antes que os vizinhos venham reclamar!" 

Eu não tenho mimimi...se é para resolver eu falo transparente e digo:"isso não pode por isso!"
Ensino, mostro como fazer...Tento dar sempre o melhor exemplo (#escolhasdiarias #dificilMasEuChegoLá), e estou presente dando atenção.

Ela sabe os direitos dela. Eu explico sempre.
Ninguém pode te tocar se você não quiser. Ninguém pode te bater, NUNCA, nem eu. "Se eu te bater, briga comigo, eu não posso!"
Ela tem o direito de não ser obrigada a nada, nem tomar banho. Eu explico sempre os motivos e ela entende faz o que é preciso. Ela é inteligente e esperta. Porque preciso obrigar alguém inteligente a fazer o que é bom para ela mesma? Não preciso.


Ela sabe os deveres dela.
Tem que cuidar da roupa suja dela, poe no cesto para lavar. Tem que guardar os brinquedos, de preferencia na mesma hora que termina de brincar. E ela sabe que se não fizer, ela não terá espaço para brincar, porque fica tudo uma desordem. Esse é o castigo de quem não arruma a casa. Fica com a casa suja e já fizemos o teste. (Risos)

Ela nunca pode gritar contra as pessoas, a não ser que infrinjam os direitos dela. Sim...eu quero que ela grite se alguém lhe tocar sem seu consentimento.

Não quero que ela mude ou deixe de ser como ela é. Apenas aparo as arestas. Mesmo que nem sempre goste muito, deixo ela inventar e fazer o que a imaginação da cabecinha fértil dela manda. E olha que a cabeça dela não desliga.

Minha responsabilidade é educar, mostrar o certo, mas as escolhas quem faz é ela. Certo ou errado, ela aprende principalmente com as consequências, sob TOTAL supervisão parental.

Meu bebê teve uma convulsão, e agora?



Ontem a noite, meu Pedro estava bem, brincando e feliz... e de repente deu um grito horrível, como se estivesse sendo eletrocutado. Corri e encontrei meu bebê de 1 ano e 1 mês de joelhos.
Peguei no colo, e vi que ele estava tremendo, com boca fechada bem apertada, a volta dos labios roxo, apertando os olhos e gemendo como se estivesse sufocando. Me apercebi que era uma convulsão. A primeira e espero que última!
Ele há dois dias que estava com febre e eu tratando com paracetamol e ibuprofeno. 
Aquela hora eu sabia que ele tinha um pouco de febre (38.5°)...mas como tinha dado ibuprofeno há 2 horas, não me preocupei muito. Um terrível erro que NUNCA mais espero cometer.

Assim que me apercebi da convulsão, coloquei-o no sofá, com a cabeça de lado. E ainda meio desesperada, pedia a Deus que aquilo acabasse.
Eu também tinha convulsões quando pequena, e sei que o risco é 4 vezes maior, de meus filhos terem.

Mas e agora?
Fomos para o hospital.
Normalmente depois de uma crise, que não costuma durar mais que 5 minutos, (eternos 5 minutos) o ideal é ir ao medico para averiguar nesse primeiro momento a causa da febre, descartar a possibilidade de meningite ou encefalopatia. Depois da crise ele dormiu por uns 20 minutos, muito calminho, mas bem. Depois acordou brincando.

Mantemos o tratamento, apenas adicionamos a opção do metamizol sódico 300mg (dipirona infantil) que deve ser usado apenas em situações extremas. E o diazepan pediátrico supositório que deve ser usado imediatamente a seguir crise para evitar que tenha outras.

Faz mal ele ter convulsões? Ele vai ter danos neurológicos?
Graças a Deus, os estudos dizem que não. E que mesmo que assustadores para nós, não acarreta danos maiores ao sistema nervoso da criança. Na verdade, eu aprendi a ler sozinha perto dos 3 anos de idade, e tive muitas convulsões.As convulsões tem um forte fator genético.

Agora é vigilancia total, sem esquecer o turno da noite. Intercalando os antipiréticos (remédio para febre) e tratar com amoxicilina pediátrico a infecção que está causando a febre.

Daqui em diante ele pode ter mais?
O risco é maior nos próximos 6 meses. E infelizmente pode acontecer até os 6 anos.

Depois disso ele vai ser epilético?
Não obrigatoriamente. Mas sim, existe uma possibilidade.
E assim foi... agora estamos bem. Espero que este texto te ajude.
Deixo aqui um link da sociedade portuguesa de neuropediatria, com um texto bastante completo.

Ele não quer ficar na cadeirinha de comer


Minha Joana sempre comeu bem, mas o Pedrinho, que até era comilão, agora anda enrolando para comer. Ele está com 1 ano e 1 mês.

Cada filho é diferente, e na ausência de um manual eficaz e que ele queira obedecer (risos) eu tenho que improvisar. Afinal de contas, o menino precisa se alimentar.

Eu adoro todos a mesa, comendo felizes e em paz. Bem comercial de margarina. Mas o Pedrinho agora já não quer ficar na cadeirinha dele, quer estar no meu colo e não quer comer ao mesmo tempo que a gente.

E o que eu faço? Pego ele no colo e como descansada, com ele no meu colo. Não consigo comer com garfo e faca, talvez menos elegante à mesa...mas comemos em paz sem gritos e choros.


E o Pedro não come? Come! Como??
Vou lhe deixando bocados de comida na mão... vou oferecendo colheradinhas. Umas ele recusa outras ele aceita. E assim vai.
Depois de eu comer, vou a janela com ele ao colo, e conversando e mostrando os passarinhos eu vou lhe dando outras colheradas.

O ideal é ter o prato deles sempre composto com a quantidade certa que deve comer, e ir servindo desta medida. Para ter uma noção de quanto ele come.
Sempre comidas fáceis...já escrevi bastante sobre isso. Deixo o link.
Convém ir oferecendo água, ou um suquinho natural que complemente a nutrição (Meu Pedro gosta de limonada). Porque por sede eles podem não querer comer mais uma colherada.

E sempre, eu tenho que comer. Porque é meu exemplo a mesa que vai ser seu ponto de referencia sobre refeição.

Mas ele vai ficar mal habituado? Não. Mau habito é gritar, brigar e chorar na hora da comida. Comer sorrindo, passeando pela casa, nunca fez mal a ninguém.

Ensinar meu filho a ser feliz?


Andamos em um terrorismo psicológico em busca da felicidade.
Passear, estar nas festas...ter amigos e rir alto.
Impondo que quem não é visto não é notado e quem não é notado é o desgraçado.

O problema é que como vivemos, educamos nosso filhos.

Ensinam que eles tem que ter muitos amiguinhos, que sair é que é divertido, e que sempre temos que fazer alguma coisa espetacular e diferente para o dia ser bom.
Que comer fora é mais divertido que em casa, que ficar em um hotel é melhor... que tantas coisas.

Em resumo... estamos impondo uma obrigação de ser feliz. Confundindo empolgação, euforia pela novidade, com felicidade.
Brinquedos caros e pompósos, sendo mais valorizados que a boa e velha amarelinha(macaca).

É claro que podemos fazer tudo e mais alguma coisa... dar aos nossos filhos tudo que pudermos e quisermos. Mas TEMOS que valorizar todos os momentos.
Já escrevi um texto sobre isso... não fazer nada faz bem.

Aproveite os momentos de tédio, as brincadeiras sem brinquedos, os momentos em casa. Seja grato por esse momento e ensine esta gratidão. Se ser feliz pode ser ensinado, essa é a lição que quero que meus filhos aprendam. Ser grato por tudo é o que nos faz feliz.

Meu Pedrinho crescendo. 1 ano de idade.


Deixe a criança fazer sozinha!



É um texto desabafo...confesso.
Estive hoje em uma escola/creche observando crianças brincando no pátio, crianças entre os 3 e os 5 anos.
Durante 1 hora apenas ouvi NÃO!
"Não pule assim, não brinque assim, não corra assim, não fique aí quieto, não chore, não não não. Vem aqui que estou mandando, sai daí agora..."

Em meio a isso, um menino com 3 anos deu língua a educadora", e sorrindo, ela levou-o pela mão carinhosamente e colocou de castigo numa sala e fechou a porta. Entrou uma cuidadora/faxineira para ficar com o menino na sala enquanto ele gritava pedindo para voltar a brincar no pátio.

Em resumo: EU APAVORADA!

Educar é simples, não é assim tão difícil. Porque complicar?
Nem brincando as crianças podem apenas brincar??

Nunca traia a confiança de uma criança. Não engane, não a humilhe, não minta.
Deixe a criança se expressar, deixe reclamar e mostre que você a entende, mas entenda..não finja! Empatia é isso: é conseguir sinceramente se colocar no lugar da outra pessoa e sentir como ela.

As tantas, perguntei... "porque você não os deixa brincar e apenas observa?"
E a resposta foi: "eles não sabem o que fazem."

Deixe a criança pular, brincar sozinha, sentar de costas no carrinho,chutar a bola com o nariz! Não há regras na brincadeira!!!! 

Não corte as asas. Esteja ali para amparar, mas deixe ela pelo menos tentar voar!
Deixe a criança ser capaz. Além de ser muito mais fácil e simples, é sem dúvida o melhor para todos.

Se ainda não viu...recomendo que assista esse vídeo sobre dizer não.


E se meu filho bater ou apanhar de outra criança?



A primeira coisa que nos vem a cabeça é: a criança bate porque aprendeu a bater em casa.
Mas não, isso não é verdade.
Nem sempre os filhos são um reflexo dos pais, ou do que eles vivem em casa.

Crianças tem um cérebro em desenvolvimento, um corpo individual, e nem sempre o meio influencia o comportamento.
Tudo em sua casa pode estar perfeitamente bem, e seu filho ter crises nervosas, gritar e até bater nos coleguinhas.
Eles fazem as próprias escolhas independente da opinião dos pais.

E o que fazer neste momento?
Sim, você deve fazer alguma coisa, bater é muito errado e seu filho precisa saber isso.

Bater não é normal, e não é "coisa de criança" ou uma "fase" que vai passar.

Toda atitude errada deve ser corrigida. Devemos sempre impedir a agressão, (sendo nosso filho vítima ou agressor) e afastar neste momento do meio onde estão.

Seu filho deve saber que apanhar não deve ser tolerado e você como responsável deve protege-lo, nunca ensine a bater de volta.Ensine a pedir socorro e por favor, socorra sempre. (Tal como queremos que uma autoridade nos proteja e por isso incentivamos a denuncia)

Se ele é o agressor?
Oriente, com respeito, explicando que bater não é bom, que o afasta dos amigos e que não deve ser feito, independente do motivo.

Não fale mal da criança que bateu em seu filho, nunca ofenda ou critique os pais, principalmente a frente dele. E muito menos no caso contrário.
Nunca trate a vítima como inferior ou diga que "mereceu" apanhar. Mesmo que você pense assim, isto é errado.

Violência não deve ser tolerada. Somos seres humanos e devemos ensinar nossos filhos a expressarem-se com palavras. As frustrações podem e devem gerar queixas e reclamações, e nunca pancadas.

Educamos para a vida toda, não apenas para a infância.

Postagens populares